A repórter e o filho da rua
Começa assim:
"Toca o celular da repórter. Ligação a cobrar:
– Eu fugi. Não fica triste comigo – anuncia o guri do outro lado da linha.
Não era a primeira vez que o guri ligava para a repórter, agora usando
um celular emprestado por uma vizinha, e também não era a primeira vez que fugia.
Nesse dia de meados de 2012, Felipe telefonou à sua amiga Letícia – uma das poucas,
pouquíssimas pessoas a se preocupar de fato com ele, a ser toda atenção na escuta
de sua história, a se alegrar com as pequenas conquistas, a sofrer com os muitos
tropeços em pedras sempre presentes – para avisar que abandonara a fazenda
terapêutica na qual estava internado em nova tentativa de se tratar da dependência
do crack. Regras demais a cumprir, pedra nenhuma a consumir,
e o que deveria ser um tratamento de nove meses evaporou-se
numa cerca transposta em escassos dez dias."
um celular emprestado por uma vizinha, e também não era a primeira vez que fugia.
Nesse dia de meados de 2012, Felipe telefonou à sua amiga Letícia – uma das poucas,
pouquíssimas pessoas a se preocupar de fato com ele, a ser toda atenção na escuta
de sua história, a se alegrar com as pequenas conquistas, a sofrer com os muitos
tropeços em pedras sempre presentes – para avisar que abandonara a fazenda
terapêutica na qual estava internado em nova tentativa de se tratar da dependência
do crack. Regras demais a cumprir, pedra nenhuma a consumir,
e o que deveria ser um tratamento de nove meses evaporou-se
numa cerca transposta em escassos dez dias."
Felipe e a repórter Letícia Duarte: lições de cidadania e jornalismo Foto: Jefferson Botega/Zero Hora |
A íntegra:
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