por Paulo Hebmüller – viajantedoinverso.blogspot.com.br
Ana Claudia: cuidar do outro só é possível quando se cuida de si mesmo |
Insônia, taquicardia, dor
na lombar, estresse. Será muito café? Muito trabalho? Muito trânsito? Muito sim
e pouco não?
A médica Ana Claudia
Quintana Arantes fugia do próprio diagnóstico.
E veio mais um convite ao
qual ela não soube dizer não: a celebração do Dia Internacional da Mulher na
Associação Paulista de Medicina (APM).
Sua agenda naquele dia de
março de 2006 quase a obrigaria a se desdobrar em vários clones, mas não previa
que o mais inesperado e transformador encontro seria exatamente o último
compromisso da longa jornada.
No evento da APM, ao qual
chegou atrasada e não encontrou lugar para sentar, Ana Claudia teve que ficar
de pé num canto da escada, piorando a dor da lombar. A sessão de homenagens foi
encerrada com uma peça em que o ator João Signorelli encarna Gandhi.
Uma epifania.
Uma mãe levou o filho até Mahatma Gandhi e implorou-lhe:
– Por favor, Mahatma, diga a meu filho para não comer mais
açúcar...
Depois de uma pausa, Gandhi pediu à mãe:
– Traga seu filho de volta daqui a duas semanas.
Duas semanas depois, ela voltou com o filho.
Gandhi olhou bem no fundo dos olhos do garoto e lhe disse:
– Não coma açúcar...
Agradecida, porém perplexa, a mulher perguntou a Gandhi:
– Por que me pediu duas semanas? Podia ter dito a mesma coisa a
ele antes!
E Gandhi respondeu-lhe:
– Há duas semanas, eu estava comendo açúcar.
(Trecho
da peça Gandhi, um líder servidor,
citado na página 40 de A morte é um dia
que vale a pena viver)
“Aquilo capítulo é faca na caveira”, diz a médica de
48 anos, referindo-se ao segmento intitulado “Cuidar de quem
cuida”, de seu novo livro – A morte é um
dia que vale a pena viver terá lançamento nesta terça (30), às 18h, na
Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo.
Naquele encontro com Gandhi, que em
entrevista ao blog Ana Claudia classificou como “quase alucinatório”, ela
chegou à conclusão de que tudo o que estava fazendo pelos seus
pacientes, por sua família e por seus amigos “era uma imensa, enorme, pesada e
insuportável hipocrisia”.
A grande descoberta:
cuidar dos outros só é possível quando há tempo e espaço para o cuidado de si
mesmo. “Desse dia em diante eu teria a certeza de estar com os pés no meu
caminho: posso cuidar do sofrimento do outro, pois estou cuidando do meu”,
escreve no livro.
Leia a seguir
trechos da entrevista que Ana Claudia Quintana Arantes concedeu ao blog.
Cuidar de quem cuida
“Eu fiz essa descoberta
na sombra, não na luz... A Heloisa Gioia tem um livro chamado A roda da vida, no qual ela fala dos
reinos em que, de acordo com o budismo tibetano, a gente pode viver. Há o reino
dos infernos, o dos humanos, o dos animais, o dos famintos, o dos semideuses e
o dos deuses. Você só pode atingir a iluminação em dois deles: no reino dos
infernos ou no humano. Nos outros você não tem essa chance.
Penso que a minha clareza
sobre autocuidado veio no inferno, porque era um momento em que tudo na minha
vida pessoal estava sem cuidado. Por exemplo, eu estava sempre me projetando
num movimento de culpa, de obrigação e de pena em relação à minha família de
origem por achar que eu estava tendo oportunidades que eles não tiveram. Eu tinha dor nas costas, dor no estômago... Como escrevo no diário, atribuía
a muito café, muito trânsito... Eu sempre tinha uma desculpa bem lateral ao
problema de fato.
O interessante é que a
luz veio num movimento de perseverança no erro de sempre dizer ‘sim’. Eu disse ‘sim’
naquela noite em que queria dizer ‘não’, e fui até a APM. Fui pelo caminho que
sabia fazer, que era o de agradar. E nesse caminho eu vi o Gandhi falando
comigo. Foi quase alucinatório: eu como açúcar! Não posso mandar a pessoa não
comer açúcar. Se liga!
Foi uma mensagem tão
poderosa... Mesmo que tenha que voltar para o fim da fila, a pessoa vai esperar
você parar de comer açúcar para poder cuidar direito dela. É o que o Gandhi faz
naquela cena, como se dissesse: ‘eu sei que você está precisando de mim agora,
mas agora eu não tenho para dar’.
Essa mudança, claro, não
foi assim num estalar de dedos. Foi um processo, que começou em 2006 e levou
quatro anos. Em 2010 eu estava na segurança do autocuidado, cuidando do meu
corpo, da minha espiritualidade e fazendo terapia, e tinha também encaminhado
muitas coisas da minha vida pessoal e familiar.”
A gestação do livro
“A ideia de escrever
sobre esse tema me acompanha há certo tempo. Eu já estava com um material
adiantado na linha de histórias das pessoas de quem eu cuidei, e que trataria
de questões relativas a tempo, arrependimentos, cuidado com o sofrimento,
religião versus espiritualidade etc. Eu ia escrevendo à medida que a alma
pedia, sem prazo.
Num certo momento veio o
convite para falar num TEDx organizado pela Faculdade de Medicina da USP. A
princípio fiquei com reservas, afinal eu havia passado um tempo difícil naquela
faculdade. Demorei para responder e acabei já me desculpando, dizendo que
achava que não daria mais tempo e tal.
Mas insistiram e acabamos acertando.
Eu tinha alguns meses
para me preparar para fazer uma fala de dezoito minutos, e ia ensaiando no
trânsito: colocava o timer no celular e via quanto tempo dava. Às vezes eram
doze minutos, às vezes 25, e eu ia podando ou aumentando.
Minha grande dificuldade
era pensar como começar. Sempre tenho um livro de poesia na bolsa, e um dia estava
com um do Manoel de Barros. Então li um trecho que é a minha biografia!
Eu tive uma namorada que via errado. O que ela via não era
uma garça na beira do rio. O que ela via era um rio na beira de uma garça. Ela
despraticava as normas. Dizia que seu avesso era mais visível do que um poste.
Com ela as coisas tinham que mudar de comportamento. Aliás, a moça me contou
uma vez que tinha
encontros diários com suas contradições.
(Um
Olhar, Manoel de Barros)
Despraticar as normas é comigo
mesmo, e aí comecei e me apresentei com essa poesia, e acabou fluindo.
Esse TEDx foi realizado
em novembro de 2012, e no início de 2013 foi publicado no Youtube. Quando assisti
e vi o que tinha dito, eu chorei. Não acreditava que tinha conseguido colocar
aquilo tudo em menos de dezoito minutos.
Esse vídeo rodou muito e
recebi mensagens de muita gente. Aliás, ainda recebo. Até que parou nas mãos da
Maria João Costa, uma editora portuguesa que trabalhava no Brasil. Ela entrou
em contato comigo e disse que aquele tema precisava virar um livro, que poderia
ter quantas páginas eu quisesse e que a editora daria todo o suporte para o
trabalho.
Nesse meio tempo conheci
o Gustavo Gitti (coordenador do espaço o lugar
e colunista da revista Vida Simples),
que já sabia do meu trabalho. Um dia perguntei se ele toparia fazer
um curso chamado ‘Conversas sobre a morte’ n’o lugar. O olho dele brilhou: era
só falar com os sócios. Minha ideia era fazer vários encontros, transcrevê-los
e trabalhar a partir desses textos, porque tenho uma fluência melhor de
pensamentos e ideias quando há um par de olhos na minha frente. No computador
até vou bem, mas é mais trabalhoso.
O Gustavo me perguntou se
eu me importaria caso o curso fosse para umas oito ou nove pessoas. Ele estava
com medo que não houvesse inscrições suficientes para que o curso se pagasse. Eu
disse que não tinha problema. Não precisamos de uma grande plateia, mas sim de gente que
esteja interessada.
Só que foram quase trinta
inscrições em um dia e meio. Depois de uma semana, eram 150 pessoas na lista de
espera.
Então me remeti ao tempo
em que os professores da faculdade diziam que ninguém quer falar sobre morte. Bom,
ninguém quer falar, mas querem escutar!
As aulas estavam todas na
minha cabeça, depois a editora transcreveu e eu trabalhei em cima desse texto. Foi
assim a gestação do livro.”
A consciência da própria morte
“Existem aquelas pessoas
que sabem que vão morrer, mas não querem falar sobre o assunto, e aquelas que estão
tão envolvidas nas questões e limitações do dia a dia que a ideia de que vão
morrer nunca passa pela sua cabeça.
No dia em que o pai estiver
doente, por exemplo, estas últimas é que vão dizer: ‘isso não existe, meu pai
não vai morrer! O seu até pode morrer, mas o meu não!’
O que acontece então é
uma coisa adolescente – não é infantil, porque a criança sabe. Envelhecer tem
um certo momento em que a gente emburrece... A criança é muito sábia; o adolescente
nem tanto, porque está mais perto de ser adulto e está treinando para ser
burro. A criança é livre, tem o espaço da criação e das possibilidades. O
adolescente já está entrando na caixinha.
Há portanto esses dois
universos paralelos. Pode existir uma escolha de autoengano, porque quando você
olha para essa realidade com os dois olhos abertos, e quando você encontra a
realidade da sua morte – se a encontrar de fato –, não dá para continuar sendo o
mesmo.
E aí você tem que se
comprometer. É como aprender a ler. Apareceu um outdoor, você lê, não pode
dizer: ‘não vou ler nunca mais’. Se você aprender a olhar por esse prisma da
consciência da finitude, nada mais vai escapar disso na sua vida. Cada vez que você
se relacionar, começar um projeto, trabalhar, comprar uma casa nova, vai pensar:
‘e quando eu morrer, o que vai ser?’”
Empatia e compaixão
“A empatia é a sua capacidade
de perceber o sentimento do outro, ou seja, de se colocar no lugar do outro e
sentir o que o outro está sentindo. É apenas um movimento de troca de lugar. A
depender do tamanho da minha empatia, acabo vivenciando a sua dor e isso me
machuca. O caminho da empatia segue por conseguir compreender as suas
necessidades e talvez oferecer alguma coisa para aliviar o seu sofrimento.
A compaixão vai além do
sentimento: é um movimento que me preserva e no qual o seu sofrimento não me
violenta. Eu pego lá dentro de você a sua força e digo: ‘olha, enfrenta’. Eu
tenho essa força em mim e a reconheço em mim; então a reconheço em você também.
Vou dizer: ‘você não está sozinho; vai dar conta’. Tiro o outro da posição de
coitadinho. No lugar de dizer: ‘nossa, como você está sofrendo! Tá aqui a sua
morfina’, eu digo – ‘vou fazer você plantar a papoula aí dentro. Você vai ter a
semente da morfina em você. Esse poder é seu’.
Com a compaixão você empodera
o outro. E não se machuca. Eu não te ajudo trocando de lugar e carregando os
seus problemas, mas coloco em você aquilo que tenho em mim, que é a força para
dar conta. Para mim a compaixão é isso.
Ana Claudia com a Monja Coen e Elke Maravilha num evento promovido em 2014 pela revista TPM |
Como digo no TEDx, o
paciente curte duas vezes quando consegue fazer alguma coisa, desde passear no
jardim até falar para a mãe ou para os filhos que vai morrer: a primeira é quando
faz e a segunda é quando conta que fez – ‘olha, eu contei, eu me despedi’. A
pessoa vibra com essas coisas.
Há um texto muito poderoso
chamado The Diyng Role – o papel da
pessoa que morre. Essa pessoa pode deixar um legado: o que você quer que os
outros lembrem de você?
Veja a Elke Maravilha: ninguém
ficou falando do que ela morreu ou como foi a morte dela. Tudo o que eu vi era
falando da vida dela. O que é a vida dessa mulher?...”
A difusão dos Cuidados
Paliativos
Dedico muito tempo da minha vida a estudar sobre Cuidados
Paliativos. A assistência integral, multidimensional que a medicina pode propor
a um paciente às voltas com uma doença grave, incurável e que ameaça a
continuidade da sua vida tem sido o foco da minha trajetória profissional. Vou
mais longe: minha vida encheu-se de sentido quando descobri que tão importante
quanto cuidar do outro é cuidar de si.
(A morte é um dia que vale a pena viver,
página 30)
“Estou vivendo um
movimento do qual talvez não tenha a dimensão do que vai significar a médio e
longo prazo. É um movimento que vem dos estudantes de Medicina para encontrar
essa cultura. É uma coisa belíssima. Toda semana estou numa faculdade de Medicina
para falar sobre isso – e quem me chama são os alunos, não os professores. Eles
querem saber como cuidar do sofrimento
Hoje já encontro alunos que
escolheram fazer Medicina por causa do vídeo do TEDx e que me dizem: ‘eu quero
ser um médico igual a você’. Eu digo: ‘cara, você está condenado à felicidade!
Lide com isso!’. Eu tenho um tesão absoluto por ser médica, e vou fazer 25 anos
de profissão. O estudante também tem.
Claro, a faculdade depois
vai dizer – ‘não é nada disso, a vida é outra’. Não, a vida é essa! Sim, temos
o problema dos pagamentos, dos convênios, os plantões alucinatórios, a violência
contra os profissionais, coisas terríveis acontecendo, mas eu estou num mundo
paralelo.
As pessoas me dizem: ‘ah,
mas você não trabalhou nessas condições’. Sim, trabalhei. Mas se no meu plantão
eu via um velhinho deitado no chão porque não tinha nem maca para ele, eu não
ia tirar uma foto para postar e ficar lamentando, até porque nem havia celular. Eu
agachava lá e dizia: ‘o senhor já percebeu que as coisas estão muito difíceis
aqui. O senhor está com dor, está com falta de ar? Tem alguma coisa que eu
possa fazer pelo senhor agora?’
Quanto tempo demorava
para que eu fizesse isso? Um minuto? Dois? Eu me agachava para falar com ele e não
me vitimizava. Acho que a tendência natural de quem vê muito sofrimento é se vitimizar.
O movimento que está
acontecendo agora é dos estudantes que querem aprender, e da parte dos
profissionais de saúde a procura também está aumentando. Por isso ressalto que
é preciso aliar a humanidade ao conhecimento técnico. Não é só a humanidade: você
quase tem que fazer a faculdade de novo para aprender essa técnica de alívio do
sofrimento.
Quanto aos professores, isso está
chegando meio na marra, porque hoje começa a pegar bem falar de cuidados
paliativos, então tem muita gente pegando uma vaidadezinha. Tem gente que
sempre jogou areia na minha farofa e agora chega para mim e fala: ‘lembra, Ana,
quando a gente fazia os projetos juntos e eu te apoiava?’ E eu: ‘sabe, não tô
lembrando muito bem dessa parte...’
O que me consola é que
essas pessoas vão morrer também... Esse é o meu lado sombra. Quando me perguntam
o que eu acho da política e tal, digo que todo mundo vai morrer. Essas pessoas
não vão durar para sempre. Podem vender a alma para o demônio quantas vezes
quiserem – mas vão morrer.”
Coragem de falar sobre a morte
As pessoas têm muito
medo, um medo até muito primitivo de verbalizar uma coisa e acreditar que ela
vai acontecer. Algo como: ah, se você falar sobre a morte, então a morte vem.
Bom, ela vem mesmo que você não fale a respeito... Ela vai acontecer, não é preciso
se preocupar com isso. Eu uso o exemplo do seguro de carro. Você faz seguro
porque vai bater ou quer bater o seu carro?
A questão não é que falar
sobre dá azar. É que, se falar sobre a morte, você precisa mudar. E as
pessoas não querem mudar.
Se você vai conversar com
seu pai ou sua mãe sobre isso, ninguém será mais o mesmo depois dessa conversa.
Se você falar sobre essa morte, assume a possibilidade de ficar órfão. E você
não quer lidar com isso.”
Ana Claudia com Nina Campos numa edição do intensivo Conversas sobre a morte |
Religião
A religião pode ser uma comorbidade grave, até perversa, ou
uma ferramenta de cura muito profunda e eficaz.
(A morte é um dia que vale a pena viver,
página 120)
“Talvez o melhor capelão
que vá existir no mundo seja ateu – para poder interagir com todos esses
universos da religião sem manchar nenhum.
No livro falo de um estudo
chamado ‘Qual o preço da sua alma?’, um trabalho feito com ressonância funcional,
que é um exame de imagem que mostra a atividade dos neurônios quando recebem
determinados estímulos.
Os voluntários eram
submetidos a expressões que poderiam ser consideradas como sagradas – Deus,
vida humana, vida animal, dinheiro, trabalho, família, conhecimento etc., e o
exame mostrava quais áreas do cérebro eram ‘acendidas’. Na primeira fase,
acendiam basicamente dois espaços: um é uma área chamada de utilitarista, ligada
à avaliação de custo e benefício. A outra é a dos valores deontológicos sobre
certo e errado.
Na segunda fase, ofereciam
dinheiro para a pessoa mudar de ideia. O resultado é que a pessoa tinha uma chance
muito maior de mudar de ideia se a sua área do sagrado acendesse no custo e
benefício. Então, a sua fé tem preço. Pode ser um preço alto, como a vida do
seu filho, da sua esposa, da sua mãe – mas tem preço.
Há outra areazinha que
acende, na base da amígdala, bem pequenininha, batizada ironicamente de ‘pensamento
de Deus’. Essa área acende quando você diz: ‘Deus é misericordioso, Deus é
maravilhoso, Deus é justo’. Quando você diz: ‘minha mãe é maravilhosa, minha
mãe é incrível, meu filho é incrível’, acende lá. Ali é o pensamento do outro.
Na verdade, é o que você pensaria se fosse o outro, se você fosse sua mãe ou
seu filho.
Então, quando fala de Deus,
esse pensamento está falando do Deus que você seria: misericordioso, justo,
vaidoso... Você negocia com o Deus que está em si mesmo.”
O amor
“O amor merece a
imortalidade. Ao longo da nossa vida o desafio é encontrar essa possibilidade
da experiência amorosa – não só no sentido de um relacionamento com um parceiro ou uma parceira, mas a
experiência amorosa com um filho, com um desconhecido, com o conhecimento, com
o outro, com aquilo que você pode dar de melhor de si e receber o que o outro
tem de melhor para dar. O melhor.
Acredito que não dá para
abrir a porta da verdade de quem é você se não for por essa chave. A gente
encontra pela vida pessoas que abrem a porta da raiva, da tristeza, da dificuldade
– mil portas. Mas, para encontrar a verdade sobre si mesmo, só pela porta do
amor.
Só dá para ter a experiência
completa dos dois lados, dando e recebendo amor. Não dá para ser de um lado só,
como dar sem receber.
Para mim, essa experiência amorosa é o que definitivamente
nos faz humanos. A morte é uma grande potencializadora dessa experiência porque
ela nos coloca no nosso lugar de seres humanos mortais e finitos.
Quando assume esse lugar,
você põe o tapete vermelho para o amor entrar. As amarras caem e você se solta.
A morte é uma grande aliada.”
A morte é um dia que vale a
pena viver, de Ana Claudia Quintana Arantes
Casa
da Palavra, 192 páginas,
R$ 29,90
Saiba mais:
Clique aqui para assistir
ao vídeo do TEDx - A morte é um dia que vale a pena viver
Clique aqui para ler reportagem
na revista Problemas Brasileiros sobre cuidados paliativos e testamento vital